Protetor solar

 É ridículo. Sabia que um dia chegaria o dia e tudo ficaria bem, ou pelo menos, tudo começaria a mudar. O moinho começaria a girar. O mundo realmente pareceria estar em rotação. Coisas iriam acontecer e a vida deixaria de ser sempre vista passar como um filme.  Era a hora de começar a participar do filme. Agora que tem o que tanto desejou (ou quase o que tanto desejou), o medo a espreita. Astuto, se aproxima devagar e toma conta dela. É uma grande responsabilidade segurar entre as mãos aquilo que tanto almejou, aquela coisinha tão sofrida, que teimou tanto em vir parar em suas mãos.  E se não for nada daquilo? E se as pessoas forem ruins? E se não der conta? E as dificuldades já anunciadas por vir, a alegria de estar onde se está será maior que essas dificuldades? E se não se adaptar? E se...? 
Agora é hora de ir para fora da caixinha de música protetora e FINGIR, ouça bem, FIN-GIR, que têm-se 18 anos. Ao crepúsculo, quando é chegado o momento de entrar na caixinha para descansar, será quando a idade dos anos é irrelevante e a única que conta é a do coração, e essa é a idade que impera sobre ela, aquela que dita suas leis, atitudes e sentimentos. Essa idade está longe, muito longe, da maioridade. A felicidade cegou seus progenitores. Sucumbiram. O medo que ela sente, é suficiente para deixá-la sempre alerta, então, não é hora de se deixar atingir pela cegueira. Pés no chão. Um passo errado, começo errado.

Senso de sensibilidade

"Sabia que naquilo que elas conjeturavam por um momento, no momento seguinte elas acreditavam, já que com elas desejar era esperar e esperar era ter a expectativa."                                                                                                            Razão e sensibilidade, Jane Austen.  

Ainda não posso ter uma opinião formada quanto a esse livro, mas posso dizer que esse trecho, que descreve uma mãe e filha sensíveis e tolas (na minha opinião, por enquanto). Todo o "drama" das duas me embrulha o estômago algumas vezes, noutras, é como se olhasse para um espelho. A quem tento enganar? Me enojo comigo mesma. Sempre com expectativas, voando, sonhando alto. Quando na verdade as vitórias parecem distantes o bastante pra estarem fora do alcance dos meus braços. Têm sido tempos de derrotas, ja devia estar acostumada. Os outros avançam. A loser, está ocupada demais absorta em seus lamentos. Me enojo  com meu sentimentalismo de levar a sério todos os mais parfos e fúteis comentários, ao ponto de me entristecer com eles, sinto raiva de sentir raiva desses comentários e "brincadeiras" . Me enojo com minha capacidade de se magoar e magoar os outros tão facilmente. Me enojo com minha fraqueza, com meu coração sujo, e mole jeito pudim. Arhg, vou vomitar!

Le temps


Ele parece correr. Eu gosto disso, mas ele não corre o suficiente ainda. Tenho tanto que fazer ainda. Argh, conto os dias, quantos faltam, quantos já foram. Não devia fazer isso. Olho fixamente pro calendário. Espero como se ele fosse me dar uma resposta, ou como se ele simplismente sob a pressão do meu olhar fizesse desaparecer os dias que ainda faltam, aqueles que me separam de um veredicto. Olho e conto, re-conto e confiro. Quantos dias ainda faltam? Ontem faltavam 7, hoje faltam 6 e domingo faltará 2(ou não). E enquanto eu páro pra contá-lo, ele avança e me tira o tempo que preciso para minhas obrigações, mas se eu não o contar, é como se ele esquecesse de andar e voltasse atrás, ou talvez, contando-o eu esteja o obrigando a andar mais depressa. Talvez sim, talvez não. Só quero ver o resultado, aprovado ou reprovado.

p.s: estou sem tempo, em todos os sentidos, lados e direções =*

Eu mesma e eu de novo.



É uma companheira constante, a única que sabe desde as mais bonitas virtudes até os sentimentos mais mesquinhos e vis. Sabe dos devaneios, dos desejos e das ilusões. Seria bom ter mais ouvidos a disposição. Bom, isso é egoísmo. Quantas pessoas vivem a solta sem um bom confidente? Mesmo que esses benevolentes e imparciais ouvidos sejam hipócritas. Os dias são pesados, velados pela sombra constante que lhe persegue, a consciência. Agora presente por tempo integral. Talvez eu nem saiba mais o valor de um bom conselho. O peso de pesar bem as palavras...nunca soube muito bem quantificá-lo. De repente a pedrada na cabeça. Não que falte confiança. Vai saber o que falta. Talvez apenas um ouvido amigo logo ali, virando a esquina. Encontrar novos ouvidos também é difícil. Não ter irmãos é um problema em potencial. Se os tivesse, poderia ao menos ouvir minha voz, acusando ou defendendo em uma discursão. Já mal me lembro que som ela tem. Cansei de ouvi-la na minha própria mente. Me dizendo Se, não, talvez...pode ser, porque não? Dizem que "antes só que mal acompanhado", neste caso devo discordar. Em nome de minha sanidade, devo discordar. Silence!

Bença vó.


 Ir aquela casa era animador, especialmente almoçar lá. A comida era bem melhor que a da sua própria casa. Algumas vezes com o bônus especial de um suculento musse de maracujá. Ela fazia cachinhos no cabelo da criança. Era sem graça. A criança não gostava de ficar lá parada, esperando...cachinho por cachinho. Poin poin. Bem, de qualquer forma havia a animação, o calor. O aconchego. De fato, era uma típica relação avó-neta. Nunca houve uma forte relação entre as duas, de qualquer forma, a criança até gostava. Nunca teve do que se queixar da boa avó. Ela costumava ser sorridente. Carrancuda às vezes. Reclamava da ausência das visitas.  Fazia doces. Já disse que ela costumava sorrir muito pra garotinha?
 Em alguma parte dos anos, entre uma década e outra, talvez. Algo se perdeu. Não tem mais almoço. Os cachinhos da criança se tornaram ondulações, incognitas. Às vezes muito feias, outras até bonitinhas. Não tem mais tantos sorrisos, só o olhar meio vazio e melancólido da avó. Maldizeres eternos. Nas poucas oportunidades de encontro, sobram reclamações pela ausência. Comparações. Mais Maldizeres. Poderia ser porque a criança cresceu, talvez...não é. Os novos netos também não têm musses de maracujá. Ela está cansada. Olhar vazio ao dar a benção. É a depressão, dizem. Acabou o musse.

Start!


A virada de ano não foi triste como imaginei que seria. As horas passavam e eu nem percebia. Quando menos esperei... "Já é 23:30!" No começo não me sentia parte daquilo, mas um pouco de coincidências, conveniências e falta de tempo para pensar, fizeram com que eu nem me lembrasse de fazer o velho balanço de final de ano. Foi uma noite boa que terminou com olhos vermelhos. Não se pode esperar uma mudança tão radical assim. E hoje, a maior tirsteza que sinto é a falta que os Beatles me fazem. Nem vivi esse tempo, mas depois de terminar de assistir aos filmes deles me deu um vazio. A sensação de que "o sonho acabou" vem crescendo assim que termina Let it Be. Como se só agora eles estivessem se separando pra mim. Ah como queria ter vivido naquele tempo. Sonhar com um Paul, John ou até mesmo um George em sua época 70's. Ir aquelas apresentações com o cabelo armado, gritando loucamente. Sinto saudades de algo que nem ao menos vivi, é o cúmulo do saudosismo, isso! Mas enfim, gostaria de ter aproveitado aquela época, mesmo. Para mim a melhor fase foi a "iê iê iê". Aquelas carinhas de "iaê broto?", aquele ritmo de baile anos 60, as canções com letras bem bobinhas...vai ficar tudo só na imaginação, na vontade e no encanto.
O sono agora me consome, finalmente minha amiga e eu entramos num consenso pro nome e passei a madrugada toda(são exatamente 04:31 da manhã) arrumando layout e fazendo o post inaugural do nosso blog, tomara que vá pra frente =] E esse foi meu primeiro post de 2010, leve, não tão efusivo nem transbordando de felicidade, mas algo mudou. Parece que minha promessa de final de ano está dando certo, por enquanto. \o/
p.s: Aos que leêm, ignorem os possíveis erros de grafia, já passa das 4hs da manhã e estou sujeita a trocar letras das palavras. =P
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