Douce routine.

A rotina é cansativa. Os trajetos de ônibus são estressantes e o suor lhe escorre pela testa. Algumas vezes sua incapacidade de socialização faz com que a menina fique em compania do "canto", isolada de todos. Mas o que é isso? Essa animação boba que surge logo cedo, antes das 07:00 pra enfrentar todos esses inconvenientes? Ah, será que hoje ele fará algo novo? - Pensa a moça. Sim, ela está à deriva, correndo loucamente, cegamente, e muito satisfeita pros braços da ansiedade. A consciência do perigo é constante, mas ela não se importa muito com isso no momento. Viveu por um longo tempo casada com o lamento, amante da tristeza e companheira da solidão, tempo longo demais para que agora ela venha a sentir medo dessa nova situação. Quando foi ao certo que o rapaz surgiu, ela não lembra. Talvez num comentário sobre o livro em francês, talvez numa brincadeira no ônibus...isso é incerto, o moço simplesmente foi deixando de ser um mero espectro no meio de outros e passou a consolidar sua presença, e isso a moça lembra perfeitamente como ocorreu. Quem é esse rapaz que com mãos tão inseguras acaricia meu cabelo? Pronto, o estrago foi feito. Pode-se julgar essa moça como bem entender, eu, aqui como mera espectadora dessa novela diária, prefiro dizer que ela apenas se permitiu, ou melhor, permitiu ao rapaz a tentativa de conquistá-la, se esse for seu objetivo.
E entre tantos risos, olhares e olhos baixos ele pegou a mão da moça. Sem demora ela segurou firme sua mão, há muito que desejava de alguma forma acariciá-lo. Mas...O que estou fazendo? Todos irão perceber e comentar sobre nós! - Pensando isso, ela solta sua mão, a contragosto.
Um outro dia, outras expectativas. Uma surpresa! Algo diferente nessa manhã...delicadamente ele pousa seus lábios inseguros no alto da cabeça da moça. Bom dia! O que é aquilo decendo pelo ralo? Ah, é só a moça que acabou de derreter-se toda. No final das contas, talvez tudo dê em nada, e ela repete religiosamente  isso à si mesma todas as noites antes de dormir, para acordar contente esperando que ao encontrá-lo, ele tome suas mãos entre as dele. C'est ça.

Meus minutos mal somados

Tanto tempo sem postar, tanto tempo sem devanear, tanto tempo perdido com nada, tanto tempo que falta. x.x
Finalmente os ventos começaram a mudar sua direção, mas ainda me falta saber se essa rota é aconselhável, ou se é apenas um meio mais fácil de afundar. Conheci, com um certo penar, caras novas, algumas intimidam, mesmo sendo amigas, algumas encantam pela simpatia, e outras simplesmente encantam por afastar nosso barco pra longe daquele tornado e fazê-lo atracar numa ilha feliz, tranqüila e...é feliz. Já disse isso?
Talvez tudo não passe do conto do vigário. Odeio cálculo, odeio química, sou inoperante, quero ter tempo de ler meu livrinhos de historinhas fantasiosas de seres fantásticos, no entanto, aquela senhora chata e austera chamada consciência me manda abrir o livro de ecologia, com aquela linguagem que não entendo nada e me faz sentir como se fosse uma ameba. 
Perguntas: É esse mesmo o meu destino? Odeio o sol, queima meus neurônios, derrete minha pele. Isso combina com uma (pseudo) futura Oceanógrafa? Aquela ilhazinha de felicidade pra qual  me sinto levada por alguns minutos diários esporádicamente(?), é realmente terra firme; ou, o mais provável, uma miragem que criei em minha mente desesperada por afeto? Gostaria de, ao menos uma vez na vida, me sentir a vontade sob esta pele, sob esta realidade e não fantasiar tanto. É momento de me situar, mas...deixa pra amanhã. Apague a luz depois de sair, sim?

Post de merda, mas...quando é mesmo que não estou pertubada do meu juizo hem? x]

Valentine's Day

 É uma tradição no Japão, as meninas presentearem os homens no dia 14 de fevereiro com um chocolate, e um mês depois, no dia 14 de março, os garotos retribuem a gentileza com um chocolate branco para as meninas. É o White Day. O legal disso tudo é que diferente do Brasil, e da maioria dos países, creio eu, os "sem namorado(a)" também têm direito de serem felizes e comemorar essa data rs. Não necessariamente a troca de chocolates é feita apenas entre amigos coloridos, namorados, maridos...mas entre amigos também. Claro que uma garota capricha um pouco mais no chocolate do seu "boy" especial do kokoro, mas os amigos também ganham chocolates e assim, todo mundo fica feliz e não se sente um deslocado completo por não ter alguém especial pra si.
Eu gostaria que aqui no Brasil, seguisse a mesma tradição. Acredito que no Japão a data seja bem comercial, como o Dia dos namorados é aqui, mas acho a tradição japonesa mais kawaii e simples também, porque não se tem preocupações extras na sua cabeça, como "que presente eu vou escolher?". Faz/compra seu chocolatinho, embrulha e já está pronto para entregar com todo carinho! Eu sempre quis ter um namorado nessa época do ano, pra trocarmos chocolates e comemorar o Valentine's Day (e um mês depois o White Day) no melhor estilo japonês. Rá =3
Bom, espero próximo ano ter alguém pra presentear e, happy Valentine's Day! <3

nota: kokoro = coração
kawaii = fofo, bonitinho

Vamos comemorar...

...feito idiotas a cada fevereiro e feriado.
As pessoas costumam sair pelas ruas sujando outras pessoas que nunca viram na vida, às vezes até saem "pegando" essas mesmas pessoas. Algo casual. Diversão a troco de momentos vazios. Ver a cara das pessoas suja de goma, ou outras porcarias quaisquer. É uma diversão sadia de pessoas racionais. Sujar quem você nem conhece. Aquelas indispensáveis "músicas de sucesso" saem das caixas de som dos "paredões" absurdamente altas, machucando os ouvidos, mas quem se importa? A música não incomoda, mais importante mesmo é sentir o corpo daquela pessoa desconhecida em suas mãos e já buscar no horizonte quem será sua próxima "vítima", como um bando de animais no sio. Não importa pra onde você vá, é incapaz de existir um lugar onde haja paz nessa tão esperada época do ano. As pessoas gostam disso; eu, devo dizer que odeio tudo isso. Posso até parecer aquelas beatas conservadoras, mas não sou. Acredito apenas que o Carnaval brasileiro é uma desculpa pra se fazer barulho, ouvir músicas ruins, se lambuzar feito idiotas, encher a cara e "cair" em orgias sem se preocupar com o bom senso. Se esquecer que (teoricamente) somos primatas civilizados, monogâmicos  e racionais. Nessa hora, minha (já existente) vergonha de ser brasileira é evidente.

Memórias

Assistir à todos aqueles vídeos, foi de alguma forma como passar novamente com eles uma daquelas tardes insanas. Aquelas regadas a chocolate quente em plena 15hs da tarde no calor infernal de Fortaleza, aquelas com quilos e mais quilos de barras de chocolate, onde a quantidade de gargalhadas era impossível quantificar. Não é algo que me faça sofrer, não mais. Talvez tenha ficado insensível à essas perdas; afinal, foram tantas que nem deveria doer mais. Não é preciso dizer que hoje aquelas tardes ficam só nos vídeos mesmo, impregnados com minha risada ridícula e tosca, diga-se de passagem. Aliás, tosco era o que nos definia. E talvez isso era o que nos unia, mas aos poucos cada um foi perdendo seu lado tosco, sua inocência de se divertir da maneira mais infantil possível. "Vamos varrer o deserto! HARRYYYYY! Rabicho, a varinha! Chu chu, Tumati e Beterraba. Legumes do tráfico. Ninguém me ama, ninguém me quer, vooou comer barata..." E as sandices não tinham fim, mas é melhor deixar com as citações por aqui mesmo. O garoto rechonchudo não é mais aquele piadista tosco, é agora um "homem" sério e egocêntrico, muito bem instruido nas artes das ciências sociais, políticas e antropológicas, ou pelo menos ele o pensa que é. A garota mongol e lesada, agora é a apatia sobre duas pernas. Aquela outra, que sempre teve uma propensão a ser diferente do grupo, finalmente ficou diferente...tanto que não pôde mais permanecer entre os outros. Parece ter se tornado fútil. Não sei, estou longe, não posso nem tenho mais o direito de avaliar seu caráter. Quanto a mim, minha risada continua tosca em vídeos, fiquei mais gorda, mais austera e menos tosca, e talvez seja isso a parte crucial de mim que se perdeu. Foi-se embora aquela leveza de ser, aquela alegria expontânea, aquele jeito "tosco" tudo foi-se embora e ainda continuo a procurá-los. Nos seus lugares, ficou o manto negro do lamento, da austeridade, da apatia, do mau-humor...sinto que ele está se desintegrando, mas não tão rápido o suficiente quanto eu desejo.

Protetor solar

 É ridículo. Sabia que um dia chegaria o dia e tudo ficaria bem, ou pelo menos, tudo começaria a mudar. O moinho começaria a girar. O mundo realmente pareceria estar em rotação. Coisas iriam acontecer e a vida deixaria de ser sempre vista passar como um filme.  Era a hora de começar a participar do filme. Agora que tem o que tanto desejou (ou quase o que tanto desejou), o medo a espreita. Astuto, se aproxima devagar e toma conta dela. É uma grande responsabilidade segurar entre as mãos aquilo que tanto almejou, aquela coisinha tão sofrida, que teimou tanto em vir parar em suas mãos.  E se não for nada daquilo? E se as pessoas forem ruins? E se não der conta? E as dificuldades já anunciadas por vir, a alegria de estar onde se está será maior que essas dificuldades? E se não se adaptar? E se...? 
Agora é hora de ir para fora da caixinha de música protetora e FINGIR, ouça bem, FIN-GIR, que têm-se 18 anos. Ao crepúsculo, quando é chegado o momento de entrar na caixinha para descansar, será quando a idade dos anos é irrelevante e a única que conta é a do coração, e essa é a idade que impera sobre ela, aquela que dita suas leis, atitudes e sentimentos. Essa idade está longe, muito longe, da maioridade. A felicidade cegou seus progenitores. Sucumbiram. O medo que ela sente, é suficiente para deixá-la sempre alerta, então, não é hora de se deixar atingir pela cegueira. Pés no chão. Um passo errado, começo errado.

Senso de sensibilidade

"Sabia que naquilo que elas conjeturavam por um momento, no momento seguinte elas acreditavam, já que com elas desejar era esperar e esperar era ter a expectativa."                                                                                                            Razão e sensibilidade, Jane Austen.  

Ainda não posso ter uma opinião formada quanto a esse livro, mas posso dizer que esse trecho, que descreve uma mãe e filha sensíveis e tolas (na minha opinião, por enquanto). Todo o "drama" das duas me embrulha o estômago algumas vezes, noutras, é como se olhasse para um espelho. A quem tento enganar? Me enojo comigo mesma. Sempre com expectativas, voando, sonhando alto. Quando na verdade as vitórias parecem distantes o bastante pra estarem fora do alcance dos meus braços. Têm sido tempos de derrotas, ja devia estar acostumada. Os outros avançam. A loser, está ocupada demais absorta em seus lamentos. Me enojo  com meu sentimentalismo de levar a sério todos os mais parfos e fúteis comentários, ao ponto de me entristecer com eles, sinto raiva de sentir raiva desses comentários e "brincadeiras" . Me enojo com minha capacidade de se magoar e magoar os outros tão facilmente. Me enojo com minha fraqueza, com meu coração sujo, e mole jeito pudim. Arhg, vou vomitar!

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